Concentração à frente da Assembleia da República
Cerca de uma centena de pessoas concentrou-se neste sábado à tarde frente à Assembleia da República, em Lisboa, para reivindicarem a aprovação de uma nova lei de protecção dos animais.
Na actual legislação, os animais têm os mesmos
direitos do que uma cadeira, porque são equiparados aos bens móveis,
exemplificou, em declarações aos jornalistas, a presidente da Associação
Animal, que promoveu a manifestação.
Rita Silva
exige que os maus tratos aos animais passem a ser sempre considerados
crime, já que actualmente isso só sucede se tiverem dono, caso contrário
a lei não o permite.
Um dos exemplos "mais
comuns" das torturas infligidas a animais é o abuso sexual, de que a
presidente da Associação diz receber relatos diariamente "sem que nada
aconteça".
"Não acontece nada porque as pessoas sabem que estão impunes", lamentou a activista.
A
Associação Animal entregou no Parlamento, na quinta-feira, cerca de 40
mil assinaturas a reivindicar a aprovação de legislação que proteja os
direitos dos animais, propondo, entre outras medidas, acabar com o uso
de animais nos circos e o fim das touradas.
"Circos
ideais não têm animais" e "tourada em Portugal é vergonha nacional"
foram algumas das palavras de ordens gritadas pelos manifestantes que se
concentraram junto ao Parlamento.
Rita Silva
discorda que o período de austeridade que se vive seja justificação para
o aumento das situações de abandono de animais ocorridas no país.
Pelo contrário, "a austeridade tem sido uma boa desculpa para descartar os elementos da família que não são humanos", defendeu.
A
activista propõe ainda que a alimentação para animais "deixe de ser
taxada como um bem de luxo" ao nível dos impostos e exige também a
inclusão das despesas com a sua saúde na declaração de IRS dos donos.
Entre
as mudanças que gostaria de ver concretizadas, Rita Silva propõe que as
"verbas usadas para abater animais" passem a ser investidas na sua
esterilização.
A actriz São José Lapa,
uma das defensoras dos direitos dos animais presentes na iniciativa,
disse aos jornalistas que os maus tratos aos animais retratam uma
sociedade onde a "boçalidade impera".
"Se se tratam mal os idosos e as crianças, como não se há de tratar os animais", questionou.
A
artista defende a aplicação de "leis punitivas" para os maus tratos
infligidos aos animais e condena que se continuem a comprar exemplares
por "quantias colossais" para depois serem abandonados.
Fonte: Correio da Manhã
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