31 de dezembro de 2011

Carta de Ano Novo

Carta de Ano Novo



Excelentíssimos Senhores:
Primeiro-ministro,
Presidente da República,
Presidente da Assembleia da República,
Ministros,
Representantes do Governo e dos Partidos,
Deputados




Chamo-me Sandra, sou Professora do 1º Ciclo, por opção e, embora não tenha colocação há 5 anos, não perco o optimismo e a fé, e mantenho-me o mais activa possível pela melhoria da educação, do respeito e da humanidade.
Antes de continuar, quero informar que esta carta não será redigida segundo o novo acordo ortográfico, pois ainda prevalece em mim um pouco de orgulho no meu País e na minha cultura.
Há bastantes anos atrás, era eu ainda uma Criança, lembro-me de quanto orgulho eu tinha em Portugal. Era um País importante e diferente dos outros para mim, um País com uma grande História, uma forte cultura, cheio de tradições bonitas e de pessoas felizes.
Quando cresci, percebi que no País que eu admirava, havia muita coisa errada, e contra a qual não se fazia nada, não fiquei feliz e, por isso mesmo, fui perdendo o meu patriotismo. O que acredito que acontece aos poucos a milhares de portugueses.
Neste momento somos um País “fracturado”, onde a nossa cultura se desvanece por entre a multiculturalidade cada vez maior. Ao longo de curtos anos, tenho assistido a uma metamorfose que eu, como Portuguesa, não aceitei. A nossa Língua, confunde-se com a Língua Brasileira, o pequeno comércio tradicional que dava cor às ruas e que os turistas adoram, morre, engolido, não pelas grandes superfícies, mas pelas conhecidas lojas asiáticas que aumentam catastroficamente de dia para dia, oferecendo produtos sem qualidade duradoura, alguns até com materiais tóxicos, mas a preços tão baixos, que os portugueses não conseguem evitar, esquecendo até o quanto a China desrespeita os direitos humanos e, principalmente, os direitos das Crianças, forçando-as a trabalhar, aprisionadas, maltratadas e em condições miseráveis. Portugal e os Portugueses aceitam compactuar com isto? A nossa economia está a ser engolida pela economia chinesa que cresce vertiginosamente, às custas de Crianças, não respeitando as leis da concorrência, nem os Direitos Humanos.
Eu não quero a cultura de outro País, eu quero a minha cultura, eu quero pertencer a um País que respeita os Direitos do Homem, das Crianças e dos Animais.
Neste momento estamos no Século XXI, Portugal não é um País do Terceiro Mundo. Regredir ou “vender o próprio sangue” e Pátria não é a solução para o desenvolvimento. Somos Portugueses, temos uma longa História para contar e devemos provar que somos dignos dessa História e dos nossos antepassados.
Passaram milhares de anos desde que o Império Romano do Ocidente caiu, e, esse sim, foi um tempo horrível em que vendiam e usavam Crianças e Animais, pois além dos Romanos serem cruéis, não tinham conhecimentos científicos sobre o sofrimento Humano e Animal, como nós, felizmente, já temos nos nossos dias. Tantos séculos depois não se justifica, com todos os conhecimentos que temos, aceitarmos que se continuem a praticar actos cruéis contra seres indefesos comos as Crianças e os Animais.
Assim sendo, e para que não paremos no tempo e no desenvolvimento, é fundamental apostar na Educação e não marginalizá-la ou ridicularizá-la, ela é o bem primordial, para o correcto, honesto e humano, desenvolvimento e crescimento do País, em Português.
Esperando que estejam de acordo comigo e que, por isso, desejem tanto quanto eu e milhares de Portugueses, que Portugal se “cultive e dê frutos”, tornando-se num País mais bonito, com cultura própria e humanidade, um País de Portugueses com orgulho, capazes de melhorar e de fazer a diferença, venho pedir-lhes, Excelentíssimos Senhores, como cidadã Portuguesa, que, em 2012, redijam duas novas Leis, uma que Proteja verdadeiramente as Crianças em Portugal (anexo 1) e outra, muito importante, que Proteja os Animais em Portugal, dando-lhes um Estatuto de Animal, Ser Vivo, e não permitindo que continuem a existir abusos, maus tratos, abandonos e canis mais cruéis que arenas romanas (anexo 2).
No entanto, para que ambas as Leis sejam eficazes será necessário fiscalizar o próprio cumprimento das mesmas, por isso, além das Leis deve criar organismos que sejam obrigados a fiscalizar o cumprimento das Leis, devendo a Justiça punir também quem for negligente com o cumprimento das Leis ou quem tiver conhecimento do não cumprimento das mesmas.
Peço-lhe ainda que visite todas as alas do canil de Lisboa e de outros canis em Portugal, verá a razão pela qual os canis devem ser abolidos e substituídos por Casas Abrigo com Centros de Adopção, ou, pelo menos, por terrenos onde os Animais possam estar libertos e ao ar livre.

Confio e acredito que este Governo não nos desiludirá como todos os anteriores, e que este ano, 2011, seja o último em que vimos actos cruéis contra Crianças e Animais não serem punidos.

Disponho-me a ajudar no que for necessário para a criação das novas Leis.
Obrigada e um Feliz 2012

Sandra
pelosamigosleais@gmail.com


Neste link verão dezenas de crimes cometidos nos últimos anos contra Crianças, as localizações dos mesmos e as falhas da Justiça.

Anexo 2 – Portugal no Séc.XXI (link)
Neste link verão dezenas de crimes cometidos nos últimos anos contra Animais e as cruéis condições em que os Animais são mantidos e aprisionados nos canis.

1 comentário:

  1. Completamente de acordo com o que está escrito, Sandra. Também não concordo com o novo acordo ortográfico e recuso-me a usá-lo assim como a "invasão asiaática" com todas as situações nefastas que acarretam. Também como a Sandra já sabe, partilho inteiramente a sua posição em relação às crianças, aos animais e abordo ainda um outro assunto muito importante que é o RESPEITAR os idosos que são uma fonte inesgotável de sabedoria de vida. Portugal de facto, está a perder cada vez mais a noção de que é necessário CULTIVAR a nossa HISTORIA e o PATRIOTISMO. Todos os ensinamentos deveriam começar nas escolas para ajudar a reestruturar as mentalidades.
    Abraço com amizade

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"A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de carácter,

e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem."

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Arthur Schopenhauer